terça-feira

A perder-se pelas ruas do Porto

Já não queremos mais saber de mapas. Ganhamos um da Universidade, logo na semana que chegamos, e o usamos algumas vezes. A cidade inteira estava ali representada. De nada (ou quase nada) adiantou, pois nos perdíamos até com as indicações das ruas na carta geográfica cheia de dobras e rabiscos. Aos poucos, fomos nos abdicando dele e aprendemos a nos virar pelas vielas e travessas confusas do centro histórico. Foi assim que fomos a Guimarães em um domingo ensolarado: na “caruda”. Cheias de intuições. A procura de novidades e um castelo medieval.  

Os portugueses têm um jeito muito particular de explicar os caminhos. A princípio, de maneira completamente confusa aos ouvidos brasileiros, trançando linhas imaginárias com as mãos, perguntando aos colegas qual seria a melhor alternativa e discordando dos outros, principalmente. “Não, rapariga, tu estás errada. É muito melhor se as meninas forem pelo outro caminho. Estás a confundi-las!”.

Se vir a Portugal, não se assuste (e tente segurar o riso) ao pedir informações e uma situação semelhante a esta acontecer:
- Por favor, poderia me informar onde fica a Rua de Passos Manuel?
- Siga por esta rua. Verá a Rua de Sá da Bandeira e logo a direita uma praça. Certo? Pronto! Não deves seguir em frente e nem virar na praça, mas, ir à esquerda, que já é a Rua de Passos Manuel...

E assim, nos perdemos nas incansáveis ladeiras, calçamentos de pedras, ruas que viram escadas e chãos com o trilho dos bondes. E assim, vamos descobrindo novos caminhos, novos cafés, novas lojas com “saldões”. E assim, nessas já quatro semanas que moramos aqui, vamos descobrindo Porto. Deixando as ruas nos levar.  

Esqueça os mapas. Porto permite isso. 


Rua no centro histórico do Porto, março de 2012. 

2 comentários:

Mayara Abreu Mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mayara Abreu Mendes disse...

Você é demais! Quero me perder por Porto também. Quero conselhos de portugueses, saldões europeus e boas comidas. Pode?