quinta-feira

Cynthia

É a mina que divide o apê comigo. Que divide as despesas, os afazeres domésticos, as coincidências, os estudos, as aflições, as broncas, as dúvidas, as produções literárias, as fomes, os pasteizinhos de nata, as saudades de casa, os “papos cabeça”, as risadas, as viagens, os sonhos, os abraços.

O nome dela é um verbo no passado. Uma afirmação.

Mas, sim, eu sinto: no presente. Sinto que arranjei algo além do distante roommate. Sinto que o acaso (também dá para falar em mérito?) me rendeu uma excelente parceira para descobrir a terra de nossos colonizadores. Sinto que a amizade ainda é o sentimento que mais deve ser preservado neste mundo de ponta cabeça. Sim, eu sinto, como sinto. E agradeço feliz – e já antecipadamente – pelas boas lembranças que sei que guardaremos em nossas melhores histórias. Relembrando, em dupla, todas as inquietações nostálgicas que sentíamos. E que vamos sentir.

Arredores da Igreja de São Francisco, centro histórico do Porto (2012). 

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