Sou daquelas que vive desrespeitando a meia-noite: por dormir depois dela, por correr para pegar o último metrô de São Paulo, por ignorar o temor ao lobisomem, a luz das velas da Missa do Galo, a delicadeza do sapato de cristal de Cinderela. Vejo-me confusa diante dela por não saber me referir às datas corretamente. Ainda é ontem? Ou já é amanhã? Até que perguntei ao Matheus o que é a meia-noite e ele me disse que é quando tudo é um projeto. Mas, quais são os planos? Depende de quem para ser um protótipo irrepetível? Serão vinte e quatro horas que valerão à pena? Quem poderá garantir que um novo dia virá novamente, afinal?
As garantias me fogem. Olho o relógio: já é meia-noite e um e só o que posso fazer daqui para frente é amanhecer.
Um comentário:
Os projetos já estão prontos. Virão a ser? Esse é o enigma da meia noite. Porque durante o dia, os projetos de outros sempre cruzam com os nossos (trombar seria mais exato), e as consequência são, por vezes, irreversíveis.
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