Gosto de escrever com fome por sentir a necessidade de
urgência. A fraqueza se mistura ao ronco da barriga, ocupado por um sentimento
de força derradeira. É como ficar sentado, em jejum, na fila de espera da coleta de sangue
e mentalizar o seu café da manhã que não foi. Ansiedade, pressa, contagem
regressiva. Todo sentimento de angústia concentrado em uma senha que demora
para aparecer no placar eletrônico. Escrevendo com fome, eu me alimento de
palavras. Mastigo algumas letras, engulo frases. Saliva. Esôfago. Estômago...
E acabo por me sentir satisfeita.
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