- A gente tava na praia, eu e você, e tava o maior sol e a praia tava vazia. E você tava toda agasalhada, com casaco de pele daqueles chiques... E você nem tava com calor. Aí a gente saiu da praia e fomos para um restaurante, desses restaurantes de praia, com mesa na varanda e com vista por mar. Aí lá dentro do restaurante eu encontrei o Paulinho, lembra dele? Olha que coisa, aquele garoto todo escrotinho que fez colegial com a gente, lembrou? Mas ele tava lindo! Nem botei fé... Sem aquelas espinhas nem aquele cabelo ensebado. E ele tava com uma mulher muito bonita, com filhos, todo apaixonado. Aí de repente eu e você fomos parar no meu apartamento, quer dizer, eu acho que era o meu apartamento, porque tava meio diferente, e eu tava com um vestido de verão todo florido. Aí começou a chover, uma tempestade que só que até pedra caiu. E, imagina, tinha uma goteira na sala - dentro do meu apê, vê se pode! E aí a chuva parou e apareceu um arco-íris no céu. O maior e mais colorido que eu já tinha visto na vida. Aí, do nada, eu saí que nem doida atrás dele. Passei no meio dos carros e entre as pessoas na calçada e entre as casas da rua. Acho que eu tava indo atrás do meu pote de ouro, né! E aí eu corria, corria muito. Aí eu fui parar em um bosque. Enorme! As sombras das árvores cobriam todo o meu corpo e tinha uma estradinha de terra que subia até o infinito. E aí eu acordei, mas acho que um dia eu ainda vou encontrar esse bosque e seguir de bicicleta aquela estradinha até o fim.
sexta-feira
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2 comentários:
As sobras da sua personalidade vão diminuindo, na medida em que for subindo a estradinha do conhecimento da sua natureza interior, até um dia você poder suportar totalmente a transparência e a luz daquilo que é o seu verdadeiro Ser.
As distorções da civilização e o retorno à Natureza perdida. Em parte, este processo de Cura interior, está descrito no filme "O Naufrago" de Robert Zemeckis, (que é uma releitura de Robinson Crusoé.
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