segunda-feira

Quase Geração Mamonas Assassinas

Você foi agora a coisa mais importante
que aconteceu neste momento,
até hoje em toda a minha vida
Um paradoxo do pretérito imperfeito,
complexo com a teoria da relatividade
Num momento crucial um sábio soube saber
que o sabiá sabia assobiar
E quem amafagar os Mafagafinhos
bom amafagafinhador será


Dinho, Samuel, Júlio, Sérgio e Bento. Cinco jovens. O rock cômico. A novidade para a época. As fantasias, as roupas de coelho, os chapéus coloridos. 2 milhões de cópias vendidas em cinco meses. A diversidade de fãs. As crianças. A humildade. O acidente. A saudade. O legado.


Quando eu era criança, lá pros meus cinco anos, ouvia, dançava e cantava, junto com meus amigos da mesma idade, ou mais velhos, Mamonas Assassinas. Como é que meus pais deixavam? E os pais das outras crianças?


Achava Mundo animal e a eterna brasília amarela o máximo. Cantava a maior parte das músicas sem entender, é verdade. Como as outras crianças da minha idade. Lembro de um dia, no micro-ônibus, de volta da escola, que todos nós, alunos do Jardim e do Pré, desembocamos a cantar sábado de sol. Maconha e maconheiros doidões? Não, ninguém sabia o que era. Mas cantávamos, em coro, naquele trajeto para casa. E fazíamos, também, a dancinha do roda-roda vira, até ficarmos tontos.


Lembro nitidamente do dia do acidente. Da simulação mostrada no jornal e do luto em que o país inteiro ficou. Daquele final de semana que mais parecia uma piada sem graça. Os Mamonas foram um sucesso meteórico. Muita fama em pouco tempo; e ainda tinham muito que fazer por aqui. Outro dia imaginei o que seria deles se não fosse o acidente. Imaginei que hoje, 14 anos depois, eles não estariam mais juntos. Alguns iriam para o gospel, outros seguiriam carreira solo... Mas refleti melhor, dessa vez, com o coração. E não consegui achar nenhuma razão lógica que fizesse com que uma banda que tem como proposta levar a alegria para as pessoas, separar-se. Seria como ir contra a essência dos próprios integrantes da banda - que vieram e continuaram na periferia, mesmo depois do Disco de Diamante.

Apesar dos ralos dois anos em atividade (e apenas cinco meses nas paradas), eles continuam presentes, até, em festinhas, bandas covers e em fãs que nasceram depois de 96. Hoje, são uma estrela de cinco pontas, fomentadora de felicidade em crediários das Casas Bahia.

Não sei se eu fiz parte da Geração Mamonas Assassinas, apesar de ter o cd, e, imaginem, a fita gravada. Talvez eu tenha sido mais da Geração X-Tudo, Castelo Rá-Tim-Bum e Mundo da lua, que acompanhou, muito de perto, o auge e o infeliz final trágico de cinco sonhadores que vieram de Guarulhos. Para o mundo.

4 comentários:

Keroll disse...

oLHA ESTÁ AKI MAIS UM POST PARA O QUAL TIRO MEU CHAPÉU...

rALMENTE BANDA QUE AINDA DEIXA SAUDADES E QUE POR MAIS QUE TENTEM NINGUÉM FOI CAPAZ DE CRIAR UMA BANDA COM A CREATIVIDADE E A IRREVERENCIA DELES, SEM DEIXAR É CLARO A BOA MUSICA...

SAUDADE MAMONAS!!!

Keroll disse...

NOSSA FOI MAL MAS MEU TECLADO TÁ HORRÍVEL!!!! =S

José Anderson disse...

[silver] Rodar até ficar tonto...
Acho eu que meus pais deixavam pois sabiam que eu não entendia nada, e que o que importava era a felicidade, porem, sera que aquela mesma letra que me fazia "surrir" não teve subliminarmente um tanto de responsabilidade por minhas maneiras de agir e pensar nos dias de hoje? Meus picos de pulos e musicas sem pé nem cabeça?
hahaha, acho que não!

O que acho mais bacana é a forma que vejo eles, não vejo e escuto de forma critica, e tão pouco pornografica, como o "já me passaram a mão na bunda..." como em certos generos musicas, que o dito é o pensado.
"Acho que a poesia prevalece"

Quanto ao que seria deles?
Prefiro deixar como foi, penso que tudo foi como deveria ser.
"Como o passar do tempo os homens são só suas lendas"

...Acabou meu tempo.
bjÕs...
ps. Esse post meu bichinho feio, é digno de ser de sua autoria.

|Cami| disse...

Fiquei emocionada, sabia??

O mais engraçado é que anteontem eu comecei a procurar as músicas deles do nada. Senti uma vontade estranha de lembrar deles...

Agora me deparo com seu post e sinto uma falta estranha de algo que fez parte da minha infância e que tenho poucas lembranças.

Recordo que fiquei triste com o acidente, que cantava as músicas sem ter ideia do significado, mas são mais sensações do que imagens.

Seu blog é show, xará xDD

Beijoos!!