Perdi o voo Madrid-Porto,
enquanto Cynthia saía de Lisboa para chegar no Porto às 9h. Se tudo tivesse
dado certo, íamos nos encontrar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro pela manhã.
Mas, com o atraso de minha chegada à Madrid, onde fiz a conexão, fiquei de castigo
no Aeroporto de Barajas por seis horas. Eu, minha ansiedade e meu espanglês.
Pude
conhecer alguns brasileiros no aeroporto e escrever algumas coisas em meu
Diário de Bordo (versão log de viagem). Apesar do tédio e do desespero por não
conseguir avisar a Cynthia que não iria conseguir chegar a tempo, estava muito
feliz. E, no final das contas, deu tudo certo. Consegui acessar a Internet em
um terminal dentro do Aeroporto. Nove minutos por um euro.
Durante
a viagem, peguei o jornal espanhol El País para ler. “Uma ola de frio extremo
congela a Europa” foi uma das primeiras manchetes que vi. Estava -3 ºC em
Madrid, enquanto nevava em algumas cidades da Espanha e mais de 200 pessoas
estavam morrendo em países como Ucrânia e Polônia. Imaginar que há dez horas eu estava
suando com os 35 ºC de São Paulo...
O tempo
passou, meu voo foi chamado e soube que em 50 minutos eu estaria no Porto. Voo
tranquilo, expectativa fervilhando. Vi algumas montanhas cheias de neve na
Espanha e muita paisagem verde. Estava sol, dia lindo. Portugal está chegando!
Ora, pois!
Lá de
cima, no assento 6D, cercada por nuvens, a pequena cidade de Porto finalmente
foi ficando grande. De um lado, os sobrados tombados; do outro, o mar. Tudo
cada vez mais perto: as ruas, a expectativa, o sonho prestes a se realizar.
Consegui
uma maneira de ir para nosso novo apartamento, onde Cynthia me esperava muito
bem: ou seja, abri a porta e ela estava com a cara inchada de choro (ganhei a
aposta). Mas, passou. E logo fomos explorar as redondezas da freguesia de São
Nicolau. Porto é apaixonante. Conhecemos o Rio Douro, a estação São Bento e a
simpatia dos portugueses, que têm nos recebido bem até agora.
Estávamos
zuretas com o jet lag e com muito frio também.
Conseguimos um aquecedor, fizemos um lanche e capotamos na cama, ao som de
gaivotas e sotaque purtugueix.
É,
estamos do outro lado do oceano. Às vezes, parece que estamos do
ladinho de São Paulo. Aí, sentimos o frio europeu, entramos em nossa nova
casa, encontramos alguns euros na carteira, ouvimos gringos falando todas as
línguas nas ruas, vemos o chuveiro que é uma torneira com água quente, andamos
nas ladeiras de paralelepípedos e nos lembramos: estamos em Portugal. E vamos
ser muito felizes aqui, pelos próximos seis meses.
Rua de São João, nas redondezas do Rio Douro |
7 comentários:
Lindonaa, que bom que chegou bem!!!
Que delícia de post, esperarei ansiosamente pelo próximo!
é claro que a parte das gaivotas me chamou a atenção hahhaha
besos,
Legal saber que apesar dos atrasos vc chegou bem!!! Lendo seu post, por um segundo, enquanto lia, me senti em Portugal. que gostoso, continue escrevendo assim, e aproveito muuuuuuuuuuuuito mesmo!!! Bjs ..
Que bom que chegou bem e com emoções no caminho, assim a história fica mais fascinante ainda.
Curta muito, seja feliz, aproveite cada minuto.
Até o próximo post!
Beijos
Paula a madrinha
Esta postagem preencheu o vazio que a saudade deixou. O que eu li, me alimentou por hoje...amanhã quero mais!!!!!
Bjs. Mummy
Adorei o post! Estou muito feliz e quase meio inacreditável: camilla em Porto! Aposto que deu risada sozinha com a manchete! Conheça tudo e todos. Tire muitas fotos e escreva muito! Beijos querida
Oi Camilla
Que maravilhosa ideia de escrever suas memórias... nos identificamos com suas expectativas... Parabéns pela coragem de experimentar o "novo".
Este "castigo de desembarque" é como uma "câmara de descompressão", serve para ajustar as energias que você traz, com as do novo ambiente que vai entrar.
Qual foi o filme que passou no avião enquanto atravessava o Atlântico?
Veja se deste lado do oceano, dá prá ver na praia, as ondinhas saindo para vir prá cá?
:)
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