Bartolomeu de Campos Queirós faleceu ontem, dia 16.
Vi por acaso a nota de falecimento do escritor mineiro. Meu coração gelou quando li o nome completo, o nome conhecido. Não o Bartolomeu! Por quê? Deixasse ficar mais um pouquinho! Não quis saber a causa da morte, horário, local do velório e outras tantas informações publicadas na notícia. As palavras sumiram.
Conheci a obra de Bartolomeu ano passado, durante a Bienal do Rio. Vi-o de pertinho, ao lado de Rubem Alves. Uma palestra excelente, de aplaudir de pé. Dois mestres!
Sem querer - existe acaso nessas horas? - peguei para folhear o romance Vermelho Amargo, pela tarde. Mal podia imaginar o falecimento. Agora, seguro a capa áspera do livro. Queria ter te descoberto antes, Bartolomeu!
Na palestra no Rio, os dois autores disseram que a Literatura é movida pela dúvida. Encontrei na Internet, alguns dias mais tarde, o Manifesto por um Brasil Literário. Lá, Bartolomeu diz que a Literatura é o lugar da transformação e não apenas da informação e que ela "oferece e abre a todo aquele que deseja entregar-se à fantasia e democratizar-se, assim, o poder de criar, imaginar, recriar e romper o limite do provável". E é nesse tipo de Literatura que acredito cada dia mais!
Dúvida. Mistério. A alegria está no mistério, disse Bartolomeu na palestra. E só quem tem dúvida é capaz de educar.
Deixa muitas saudades, mineiro de Papagaios.
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