sexta-feira

França no Brasil e a Amazônia

2009 foi o Ano da França no Brasil, mas... De novo?



Em novembro, enceram-se as comemorações do Ano da França no Brasil. Vieram para cá exposições de quadros e fotografias, apresentações de dança, teatro, música e projetos permanentes, como a Biblioteca Nacional França Brasil.


Depois de anos, parece que foi a primeira "invasão" da França que não resultou em disputas e sangue; falo das invasões francesas no período Colonial, quando existiram a França Antártica (1555, Rio de Janeiro) e França Equinocial (1612, Maranhão). Tratavam-se de colônias francesas em território brasileiro que, mais uma vez, abrigou estrangeiros fugidos (os protestantes que estavam sendo perseguidos) e desrespeitou regras (o Tratado - piada - de Tordesilhas). O resultado foi a forte repressão em ambas as colônias, por parte de figuras conhecidas, como Mem de Sá.

Mas dessa vez foi diferente. A "invasão" francesa deste ano foi de grande intercâmbio cultural e investimentos para o futuro, com a intenção de repetição da dose com outros países. Conhecemos muito da França contemporânea, fugindo um pouco do estereótipo francês do glamour dos perfumes e champagnes.


Se pensarmos bem, a França sempre esteve presente em nosso cotidiano, na atualidade. Seja na moda, na culinária, na miscigenação e agora, mais do que nunca, nas reuniões dos Países Amazônicos para Copenhague. Como é? Países Amazônicos? França?


A Guiana Francesa, um departamento ultramarino da França, tem a maior parte de seu território coberto pela floresta amazônica, a maior floresta equatorial do mundo. No Brasil, a chamada "Amazônia Legal" corresponde a 60% de floresta em nosso território. Nós, brasileiros, sentimo-nos como donos da floresta e atinge-nos um sentimento de revolta só de pensarmos na destruição e privatização desse bioma. "Cuidado!", dizemos, "A França é um país amazônico! Isso pode ser uma ameaça à nossa floresta!".


E penso: Cuidamos dela? Não cansamos de dizer que a Amazônia é nossa, mas mal cuidamos para que acabe essa palhaçada egocêntrica de queimada, desmatamento, biopirataria. Não consigo imaginar como, em plena era da tecnologia, das máquinas e do progresso, Conferências sobre Mudanças Climáticas sejam necessárias e conseguem soar como uma súplica: A Cop-15 não pode ser mais um jogo de marketing.

Um comentário:

mary disse...

Belas e tocantes palavras. Pena que não estão atingindo as pessoas certas!